Cena em devir : um instante para que algo inexista

“Um dia, no meio de um período difícil do meu tratamento,
percebi o modo como o vapor tocava gentilmente o azulejo,
formando gotículas sobre a superfície que logo escorriam.
Esse estranho espetáculo do dia a dia me fez sentir saudades
do azulejo que poderia deixar de ver caso o tratamento não
evoluísse corretamente. Senti um profundo amor e inquietação
pela matéria simples nesse encontro entre água e azulejo.
Anos depois, procurei entender como compor encontros
como esse gerando sensações que poderiam se arranjar na
fruição do espetáculo.”

Vinicius Torres Machado