Horizonte, traço, fantasma Presenças-ausências: Steve Paxton, Pina Bausch, Kazuo hno

(...) O instigante livro de Pedro Penuela aposta radicalmente no
paradoxo ausência/presença como fundamento de suas re  exões,
projetando-nos em uma fértil zona de indeterminação. Seja no
horizonte perceptivo das investigações de Steve Paxton, seja nos
traços de memória que fundamentam o processo criativo de Pina
Bausch, ou mesmo nos fantasmas que atravessam a arte de Kazuo
Ohno, o paradoxo e seus vestígios passam a nos habitar. Três gigantes,
três clássicos da dança, singulares em suas poéticas mas
acomunados pela contundência disruptiva de suas contribuições
para o repensamento da arte nos tempos de hoje e de outrora. E é
justamente no campo de força criado por esses três pontos de fuga
que se edi  ca a tensão de suas ausências/presenças, apresentando-
nos também a dimensão política que carregam consigo. Talvez
não pela solidez de seus corpos e de suas obras, e sim pelo ar que
os rodeia… por aquilo que eles deslocam. Um ar não mais vazio
e inerte, e sim trêmulo e povoado por possibilidades de vir-a-ser.”
(trecho do Prefácio escrito por Eden Peretta, Prof. Dr. da Universidade
Federal de Ouro Preto)